Vale corta previsão de produção de pelotas em 2025 e acende alerta no mercado de alto valor agregado

Empresa mantém produção total de ferro, mas revê estratégia para produtos de maior valor agregado em meio a ajustes operacionais

  02 DE JUL, 2025


Vale corta previsão de produção de pelotas em 2025 e acende alerta no mercado de alto valor agregado

A Vale revisou sua previsão de produção de pelotas e aglomerados de minério de ferro para 2025, reduzindo a faixa projetada de 40–45 milhões de toneladas para 34–39 milhões de toneladas. A revisão foi apresentada em seu relatório de desempenho estratégico e representa uma mudança significativa na oferta de produtos de maior valor agregado.

As pelotas, que são blocos uniformes de minério de ferro utilizados na produção de aço com menor emissão de carbono, têm ganhado protagonismo no mercado global, especialmente com o avanço de políticas ambientais mais rígidas na Europa, Oriente Médio e Ásia. A decisão da mineradora brasileira, portanto, chama atenção por ocorrer em um momento de demanda crescente por insumos considerados mais “verdes”.

Apesar do corte, a Vale manteve a meta de produção total de minério de ferro entre 310 e 320 milhões de toneladas para o próximo ano. Segundo a empresa, o ajuste está relacionado a limitações operacionais em algumas plantas de pelotização e à reavaliação de sua estratégia de portfólio, com foco em rentabilidade e otimização de ativos.

O mercado interpreta a medida como um reposicionamento da empresa diante de incertezas logísticas e variações de margem nos produtos premium. Ainda assim, especialistas destacam que a redução na oferta de pelotas pode abrir espaço para concorrentes como a sueca LKAB e a australiana Rio Tinto, que também disputam o fornecimento para siderúrgicas comprometidas com metas de descarbonização.

A revisão ocorre em meio a um cenário de preços resilientes do minério de ferro no mercado internacional, impulsionados por estímulos à construção civil na China e pela pressão global por cadeias industriais mais sustentáveis.

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Fonte: Reuters


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