A Raízen (RAIZ4) anunciou a venda da usina de Leme, localizada no interior de São Paulo, por R$ 425 milhões. O movimento faz parte de uma ofensiva mais ampla da companhia para enfrentar um cenário financeiro adverso, após registrar um prejuízo de R$ 2,5 bilhões no quarto trimestre fiscal e ver sua dívida líquida ultrapassar os R$ 34 bilhões ao final da safra 2024/25.

O desinvestimento integra a estratégia da empresa de focar no seu core business — produção de açúcar, etanol, bioenergia e distribuição de combustíveis — e reduzir a alavancagem financeira, que saltou de 1,3x para 3,2x em um ano. Além da venda da usina de Leme, a Raízen colocou em hibernação a usina MB e segue negociando ativos no setor de geração distribuída de energia.

A gestão, sob liderança do CEO Nelson Gomes, afirma que essas ações são um “ponto de partida” para reequilibrar a estrutura de capital da companhia. A projeção é que os efeitos positivos dessas medidas sobre o endividamento sejam graduais, com foco na simplificação da operação e racionalização de custos.

Apesar das dificuldades, a empresa reforça que vê oportunidades de crescimento em áreas estratégicas, como a distribuição de combustíveis, especialmente por meio da bandeira Shell  e na valorização de operações com maior retorno, como bioenergia e etanol.

O mercado acompanha com atenção os próximos passos da Raízen, que ainda projeta uma moagem de cana entre 72 e 75 milhões de toneladas na próxima safra, abaixo da capacidade instalada de mais de 100 milhões, devido ao impacto de condições climáticas adversas.