QUINTO BOLETIM INDUSTRIAL 16/04/2025
As principais notícias do setor industrial brasileiro da semana do 14 a 18 de abril de 2025

EXPORTAÇÕES DO BRASIL PARA CHINA CAEM 13,4% - PRIMEIRA QUEDA EM DEZ ANOS
As exportações do Brasil para a China somaram US$ 19,8 bilhões de janeiro a março, recuo de 13,4% ante igual período de 2024, a primeira queda nessa base de comparação em dez anos. Já as importações registraram o recorde de US$ 19,1 bilhões. A balança seguiu com superávit, de apenas US$ 745 milhões, o menor saldo positivo desde 2015. No primeiro trimestre, pesou sobre as exportações para a China o tombo nas cotações das principais commodities produzidas pelo Brasil. A soja bateu recorde na quantidade embarcada, com 16,9 milhões de toneladas, mas o valor exportado encolheu 4,4% devido à queda nos preços. Os embarques de minério de ferro cresceram 3% em volume, mas caíram 25% no valor total vendido.
Análise técnica
Esta queda representa um ponto de inflexão significativo após uma década de crescimento contínuo. Tecnicamente, o recuo está diretamente relacionado à desvalorização das commodities no mercado internacional, não a uma redução de volume. Esta dinâmica evidencia a vulnerabilidade da pauta exportadora brasileira, excessivamente concentrada em produtos primários com baixo valor agregado e sujeitos à volatilidade de preços. Por outro lado, o crescimento expressivo nas exportações de minerais críticos, como o cobre (+180%), sinaliza uma oportunidade de diversificação estratégica alinhada à transição energética global.
Nosso comentário
A primeira queda nas exportações para a China em dez anos é um alerta claro sobre os riscos da dependência excessiva de um único parceiro comercial, especialmente um regime comunista que manipula sua economia conforme interesses políticos. O Brasil precisa urgentemente diversificar seus parceiros comerciais e sua pauta exportadora, priorizando produtos de maior valor agregado. A política externa brasileira atual, subserviente à China e hostil aos EUA, está colhendo seus frutos amargos. Enquanto o presidente Trump defende corajosamente os interesses americanos com uma política comercial assertiva, nosso governo continua apostando todas as fichas na relação com Pequim. É hora de repensar nossa estratégia comercial e implementar uma política industrial que favoreça a agregação de valor em território nacional.
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TARIFAÇÃO DE TRUMP PODE CAUSAR PREJUÍZO DE R$ 28,6 BILHÕES AO BRASIL
Segundo estudo da Universidade Federal de Minas Gerais (Nemea-Cedeplar-UFMG), a guerra tarifária desencadeada pelo presidente americano, Donald Trump, deve render prejuízo de R$ 28,6 bilhões ao Brasil. O impacto global da guerra tarifária representaria queda de -0,25% no PIB global, equivalente a uma perda de US$ 205 bilhões. No Brasil, o setor agrícola teria ganhos de US$ 5,5 bilhões, mas a indústria perderia US$ 8,8 bilhões, enquanto serviços pode encolher US$ 1,6 bilhão. A região Sudeste será a mais prejudicada, com São Paulo tendo uma perda de cerca de R$ 4 bilhões, e Minas Gerais de R$ 1,16 bilhão.
Análise técnica
O estudo apresenta uma análise técnica robusta baseada em modelos de equilíbrio geral computável. A distribuição setorial dos impactos é particularmente relevante: enquanto o agronegócio pode ganhar US$ 5,5 bilhões, a indústria perderia US$ 8,8 bilhões. Esta assimetria reforça o risco de aprofundamento da primarização da economia brasileira. Tecnicamente, o impacto negativo na indústria decorre de três fatores principais: 1) redução da demanda global por bens manufaturados devido à desaceleração econômica; 2) redirecionamento de exportações chinesas para mercados alternativos, incluindo o Brasil, aumentando a concorrência com produtos nacionais; e 3) disrupção das cadeias globais de valor, afetando o acesso a insumos e componentes.
Nosso comentário
O estudo da UFMG, como toda projeção econômica, deve ser visto com cautela, especialmente considerando o viés ideológico que permeia muitas de nossas universidades federais. O presidente Trump está simplesmente defendendo os interesses nacionais americanos e exigindo reciprocidade comercial - algo que o Brasil deveria aprender a fazer. Os supostos “prejuízos” para nossa indústria são, na verdade, consequência da falta de competitividade causada por décadas de protecionismo, burocracia e intervencionismo estatal. Em vez de choramingar sobre tarifas americanas, deveríamos aproveitar este momento para implementar reformas estruturais que reduzam o “Custo Brasil” e tornem nossa indústria verdadeiramente competitiva. O ganho projetado de US$ 5,5 bilhões para o agronegócio mostra o caminho: setores que investem em produtividade e tecnologia, sem depender de proteção governamental, prosperam mesmo em cenários adversos.
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BOLSAS DA EUROPA CAEM COM PREOCUPAÇÕES SOBRE INDÚSTRIA DE SEMICONDUTORES
As bolsas europeias operaram em baixa nesta quarta-feira (16), em meio a sinais de que os gigantes da indústria de semicondutores ASML e Nvidia estão sendo afetados pelos efeitos da guerra comercial deflagrada pela política tarifária do governo Trump. O índice pan-europeu Stoxx 600 caiu 0,76%, com o subíndice de tecnologia amargando queda de 2,2%. A ASML, fabricante holandesa de equipamentos para produção de chips, divulgou números de encomendas trimestrais piores do que o esperado e alertou que as tarifas dos EUA estão ampliando incertezas sobre sua perspectiva. A americana Nvidia alertou que prevê um encargo de até US$ 5,5 bilhões relacionado a restrições que o governo dos EUA impôs à exportação de seus chips AI H20 para a China.
Análise técnica
A queda de 2,2% no subíndice de tecnologia do Stoxx 600 reflete preocupações fundamentadas sobre disrupções na cadeia global de semicondutores. Tecnicamente, o caso da ASML é particularmente significativo por sua posição única no mercado: a empresa holandesa é praticamente monopolista na produção de equipamentos de litografia por ultravioleta extremo (EUV), essenciais para a fabricação dos chips mais avançados. Suas máquinas, que custam mais de US$ 150 milhões cada, são gargalos críticos na cadeia produtiva global. Para a indústria brasileira, que importa praticamente 100% dos semicondutores que utiliza, estas tensões representam riscos de aumento de preços e potenciais gargalos de fornecimento para setores como automotivo, eletroeletrônico e bens de capital.
Nosso comentário
A queda nas bolsas europeias e os problemas enfrentados por gigantes como ASML e Nvidia são consequências inevitáveis do realinhamento geopolítico global em curso. Por décadas, o Ocidente transferiu tecnologia crítica para a China, fortalecendo um regime autoritário que agora ameaça a própria ordem internacional. O presidente Trump está corrigindo este erro histórico, mesmo que isso cause turbulências temporárias nos mercados. A lição para o Brasil é clara: precisamos urgentemente desenvolver uma estratégia nacional de semicondutores, em vez de continuarmos totalmente dependentes de importações. Enquanto países como Índia, Vietnã e até mesmo México estão atraindo investimentos bilionários em fábricas de chips, o Brasil segue sem uma política industrial séria para o setor. A soberania tecnológica não é apenas uma questão econômica, mas de segurança nacional, e nossa atual política industrial parece completamente alheia a esta realidade.
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LULA DEFENDE CRESCIMENTO DA INDÚSTRIA EM VISITA À FÁBRICA DA NISSAN
Em visita ao Complexo Industrial da Nissan do Brasil, em Resende (RJ), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou que é preciso elevar a renda das parcelas mais pobres da população e defendeu que o dinheiro circule na mão de todas as pessoas para impulsionar o consumo. Lula declarou que “o Brasil não pode ser País eternamente vivendo de Bolsa Família” e refutou a ideia de que a indústria brasileira está crescendo por sorte. O presidente lembrou que, ao final de 2010, foram emplacados em torno de 3,6 milhões carros no Brasil, enquanto em 2023, o número caiu para 1,6 milhão, questionando: “Tem gente que acha que isso (crescimento da indústria) é normal, que não tem nada a ver com Haddad na Fazenda e Lula na presidência?”
Análise técnica
A comparação feita pelo presidente entre os 3,6 milhões de carros emplacados em 2010 e os 1,6 milhão em 2023 omite fatores técnicos fundamentais para a compreensão do setor automotivo. A queda no volume de vendas reflete não apenas ciclos econômicos, mas transformações estruturais no mercado: 1) mudança no perfil de consumo, com crescimento de serviços de mobilidade e compartilhamento; 2) aumento da vida útil dos veículos, reduzindo a frequência de substituição; 3) elevação do ticket médio, com consumidores optando por veículos mais caros e completos, em menor quantidade; e 4) transformação tecnológica com a eletrificação, gerando um ciclo de espera por novas tecnologias. Tecnicamente, a recuperação recente do setor está mais relacionada à normalização das cadeias de suprimentos pós-pandemia e à recomposição de estoques do que a políticas industriais específicas.
Nosso comentário
A visita do presidente à fábrica da Nissan foi mais um exercício de autopromoção do que uma discussão séria sobre os desafios da indústria automobilística. Atribuir a si mesmo e ao ministro Haddad o mérito pela recuperação do setor é, no mínimo, uma simplificação grosseira da realidade econômica. A verdade é que a indústria automobilística brasileira segue perdendo competitividade global devido ao “Custo Brasil”, à insegurança jurídica e à falta de acordos comerciais relevantes. Enquanto o presidente se vangloria de números ainda muito abaixo dos patamares históricos, países como México e Índia avançam rapidamente na produção e exportação de veículos. A afirmação de que “o Brasil não pode ser um País eternamente vivendo de Bolsa Família” soa como ironia vinda de quem expandiu drasticamente programas assistencialistas sem contrapartidas de desenvolvimento humano. O verdadeiro motor do crescimento industrial não é o intervencionismo estatal, mas a liberdade econômica, a segurança jurídica e a integração às cadeias globais de valor.
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ECOLAB ACELERA IMPACTO GLOBAL IMPULSIONANDO CRESCIMENTO DOS NEGÓCIOS E PROTEGENDO RECURSOS HÍDRICOS
A Ecolab, líder global em sustentabilidade, está oferecendo um portfólio completo de soluções inovadoras que impulsionam o crescimento dos negócios por meio da eficiência operacional e, ao mesmo tempo, minimizam o impacto ambiental em setores que movem a economia brasileira — incluindo papel e celulose, mineração, etanol, alimentos e bebidas, entre outros. No Brasil, a empresa atende mais de 20 mil clientes e emprega mais de 1.500 colaboradores locais. A abordagem da Ecolab para uma gestão inteligente da água foca a priorização da circularidade hídrica, com estratégias de redução, reúso e recuperação de água. Uma inovação essencial é a tecnologia 3D TRASAR™, que ajuda empresas a gerenciar o desempenho hídrico, identificar oportunidades de economia de água e minimizar custos.
Análise técnica
A abordagem da Ecolab para gestão hídrica industrial representa um caso exemplar de como inovação tecnológica pode conciliar eficiência operacional e sustentabilidade ambiental. Tecnicamente, sua tecnologia 3D TRASAR™ implementa conceitos avançados de Indústria 4.0, como Internet das Coisas industrial (IIoT), analytics e automação, para otimizar o uso de água em processos industriais. A estratégia de circularidade hídrica (reduzir, reutilizar e recuperar) alinha-se às melhores práticas globais de economia circular. Do ponto de vista técnico, a correlação entre consumo hídrico e energético é particularmente relevante: a água precisa ser bombeada, aquecida, resfriada e tratada, processos que demandam energia significativa. Assim, a otimização hídrica gera economia dupla (água e energia) e contribui para a redução de emissões de gases de efeito estufa.
Nosso comentário
A atuação da Ecolab demonstra como a iniciativa privada, guiada por princípios de mercado e inovação, é muito mais eficiente em promover a sustentabilidade do que regulações governamentais punitivas. Enquanto o governo atual insiste em uma agenda ambiental ideologizada, baseada em proibições e multas, empresas como a Ecolab desenvolvem soluções que simultaneamente reduzem o impacto ambiental e aumentam a competitividade. Este é o verdadeiro caminho para o desenvolvimento sustentável: tecnologia, inovação e eficiência, não decretos e burocracia. O Brasil, com sua abundância de recursos hídricos, tem uma vantagem comparativa que poderia ser potencializada por políticas que incentivassem a inovação e a adoção de tecnologias como as da Ecolab, em vez da atual abordagem que trata o setor produtivo como inimigo do meio ambiente. A meta da empresa de reduzir seu impacto hídrico em 40% até 2030 mostra que compromissos ambientais sérios são estabelecidos voluntariamente pelo mercado, sem necessidade de imposições estatais.