PRIMEIRO BOLETIM INDUSTRIAL
As principais notícias do setor industrial brasileiro da semana do dia 07 a 11 de abril de 2025

BRASIL SOBE PARA 25ª POSIÇÃO NO RANKING INDUSTRIAL GLOBAL
O Brasil recuperou a posição de 25º no ranking mundial da indústria da transformação em 2024, segundo a Unido (agência da ONU para desenvolvimento industrial). É a melhor posição desde 2019, quando estávamos na 45ª colocação.
Aloizio Mercadante, presidente do BNDES, comemorou a evolução no ranking e destacou que o banco aprovou mais de R$ 196 bilhões em 145,5 mil operações de crédito na Nova Indústria Brasil (NIB), com destaque para os setores de fármacos, automotivo e biocombustíveis. Pela primeira vez desde 2017, o financiamento industrial superou o do agronegócio.
ANÁLISE TÉCNICA
Esta ascensão de 20 posições representa uma recuperação significativa da competitividade industrial brasileira. O BNDES tem sido fundamental nesse processo, aprovando R$ 196 bilhões em operações de crédito para a Nova Indústria Brasil, com destaque para os setores de fármacos, automotivo e biocombustíveis. Pela primeira vez desde 2017, o financiamento industrial superou o do agronegócio.
NOSSO COMENTÁRIO
A recuperação no ranking é positiva, mas não nos enganemos: isso se deve principalmente à resiliência do setor privado brasileiro, que produz apesar do peso do Estado. Os R$ 196 bilhões do BNDES representam intervenção estatal na economia, quando sabemos que o verdadeiro desenvolvimento industrial vem da redução de impostos, desregulamentação e liberdade econômica. O Brasil só dará um salto industrial quando realizar uma reforma tributária que desonere a produção e reduzir o tamanho do Estado.
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MINISTRO PREVÊ INDÚSTRIA "VIGOROSA" EM 2025
O ministro Rui Costa afirmou durante evento do setor da construção civil: "Para 2025, acreditamos que a indústria continuará vigorosa". Ele destacou o crescimento de investimentos acima de 35% em dois anos e a geração de 3,2 milhões de empregos.
Ao lado do presidente Lula, em São Paulo, o ministro contou que o governo está apostando no Novo PAC, não apenas em obras públicas, mas apoiando Estados e municípios na organização de concessões e parcerias público-privadas.
ANÁLISE TÉCNICA
O modelo proposto combina investimentos públicos via Novo PAC com parcerias público- privadas e concessões. A ênfase em "segurança jurídica, previsibilidade e confiança" sinaliza uma tentativa de criar ambiente mais favorável aos investimentos. O sucesso dependerá da capacidade do governo de manter o equilíbrio fiscal e da qualidade dos projetos selecionados.
NOSSO COMENTÁRIO
O otimismo do ministro precisa ser confrontado com a realidade. Estamos falando de uma recuperação após anos de políticas que sufocaram nossa indústria. O discurso sobre "segurança jurídica" soa bem, mas as ações frequentemente contradizem essas palavras. Enquanto mantivermos uma legislação trabalhista engessada, burocracia asfixiante e insegurança jurídica, o potencial industrial continuará limitado. O setor privado é quem realmente gera riqueza e empregos de qualidade, não o Estado.
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INDÚSTRIA RECUA EM FEVEREIRO EM 7 DOS 15 LOCAIS PESQUISADOS
Dados do IBGE mostram variação negativa de 0,1% na indústria nacional em fevereiro. A queda mais intensa foi na Bahia (-2,6%), seguida por Ceará (-1,0%) e São Paulo (-0,8%). Por outro lado, Pernambuco registrou crescimento de 6,5%.
Na comparação com fevereiro de 2024, a indústria nacional subiu 1,5% em fevereiro de 2025, com cinco dos dezoito locais pesquisados apontando resultados positivos. O acumulado no ano de 2025 mostrou expansão de 1,4% do setor industrial.
ANÁLISE TÉCNICA
A heterogeneidade regional indica que a recuperação industrial não é uniforme. A queda em São Paulo é preocupante, considerando que o estado representa cerca de um terço da produção industrial do país. Os indicadores de médio prazo são mais positivos: crescimento de 1,5% na comparação anual e avanço de 2,6% nos últimos doze meses.
NOSSO COMENTÁRIO
Os dados revelam o que já sabíamos: a recuperação industrial brasileira é frágil e desigual. A queda em São Paulo deveria acender um alerta vermelho. A heterogeneidade regional é resultado direto de políticas que privilegiam certas regiões em detrimento de outras, criando distorções artificiais. Um crescimento industrial saudável deveria ser puxado pela eficiência e competitividade, não por subsídios regionais. O crescimento de 2,6% nos últimos doze meses está muito aquém do que poderíamos alcançar com políticas pró-mercado.
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EXPORTAÇÕES DA INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO CRESCEM 19%
Na primeira semana de abril, a balança comercial registrou superávit de US$ 1,8 bilhão. No ano, as exportações totalizam US$ 83,5 bilhões e as importações US$ 71,7 bilhões, com saldo positivo de US$ 11,8 bilhões. Destaque para o crescimento de 19% nas exportações da Indústria de Transformação.
Fazendo um comparativo mensal, pela média, entre 2024 e 2025, as exportações, na 1ª semana de abril de 2025 (US$ 1,536 bi) com a de abril de 2024 (US$ 1,378 bi), houve crescimento de 11,4%.
ANÁLISE TÉCNICA
O desempenho da Indústria de Transformação é particularmente relevante, pois indica aumento na exportação de produtos com maior valor agregado. A Indústria Extrativa cresceu 5,9%, em ritmo inferior, o que pode sinalizar uma mudança gradual no perfil exportador do país. Este cenário contribui para a geração de divisas e fortalecimento do setor industrial doméstico.
NOSSO COMENTÁRIO
O superávit comercial é positivo, especialmente o crescimento nas exportações da Indústria de Transformação. Isso mostra que, quando deixados livres para competir, nossos empresários conquistam mercados internacionais mesmo enfrentando o "Custo Brasil". Imagine o que poderíamos alcançar sem uma das cargas tributárias mais altas do mundo e uma burocracia. kafkiana! O Brasil precisa urgentemente de uma política de abertura comercial que reduza tarifas de importação e priorize acordos de livre comércio com blocos .
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PROJEÇÃO DE CRESCIMENTO INDUSTRIAL PARA 2025 CAI PARA 1,6%
A projeção mediana do mercado é de alta de 1,6% da produção industrial em 2025, segundo levantamento do Valor Data, abaixo de 2024 (3,1%). Entre os desafios está o aumento da entrada de aço importado no Brasil e a manutenção da elevada taxa de penetração de importados.
O estudo do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) sugere que, apesar da melhora na posição do ranking global, a indústria brasileira ainda enfrenta desafios significativos para manter um crescimento sustentável no longo prazo.
ANÁLISE TÉCNICA
Esta projeção reflete tanto fatores conjunturais quanto estruturais que afetam a indústria brasileira. Os desafios estruturais incluem o "Custo Brasil" (infraestrutura deficiente, carga tributária complexa e burocracia excessiva), taxa de câmbio, e políticas comerciais. A desaceleração também pode refletir um processo natural de acomodação após o forte crescimento de 2024.
NOSSO COMENTÁRIO
A projeção de apenas 1,6% confirma o que temos alertado: sem reformas estruturais profundas, a indústria brasileira continuará patinando. O aumento da entrada de aço importado não é o problema em si, mas um sintoma da falta de competitividade. Em vez de buscar protecionismo, deveríamos enfrentar as causas reais: carga tributária excessiva, infraestrutura deficiente e excesso de regulamentação. Países que abraçaram a globalização viram suas indústrias se fortalecerem. A experiência global mostra que as economias mais livres são também as mais prósperas e inovadoras.
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