Petróleo sobe com sinais de demanda forte nos EUA e incerteza sobre guerra na Ucrânia

Estoques americanos caem além do esperado, tarifas sobre Índia e impasse diplomático entre Rússia e Ocidente reforçam volatilidade nos preços.

  21 DE AGO, 2025


Petróleo sobe com sinais de demanda forte nos EUA e incerteza sobre guerra na Ucrânia

Os preços do petróleo registraram alta nesta quinta-feira, impulsionados por sinais de demanda robusta nos Estados Unidos e pela incerteza em torno dos esforços para encerrar a guerra na Ucrânia. O Brent, referência global, avançava 0,6%, cotado a US$ 67,27 o barril, enquanto o WTI, referência americana, subia 0,7%, para US$ 63,16. Ambos operavam próximos das máximas de duas semanas.

O movimento refletiu a forte queda nos estoques de petróleo bruto dos EUA. Segundo a Administração de Informação de Energia (EIA), os inventários recuaram em 6 milhões de barris na última semana, para 420,7 milhões, número bem acima da expectativa de queda de 1,8 milhão. A redução indica maior demanda, embora analistas ressaltem que parte do recuo se deve ao aumento das exportações e ao ritmo acelerado das refinarias.

No campo geopolítico, a Rússia afirmou que tentativas de negociações sobre a guerra na Ucrânia sem sua participação representam “um caminho para lugar nenhum”. Analistas avaliam que uma eventual retomada da presença internacional russa após acordo de paz poderia pressionar os preços, mas, no momento, o piso de suporte do Brent permanece em torno de US$ 65 o barril.

Outro fator relevante foi o anúncio do presidente dos EUA, Donald Trump, de impor uma tarifa adicional de 25% sobre produtos indianos a partir de 27 de agosto. A medida foi justificada pelas compras de petróleo russo pela Índia, que hoje representam cerca de 35% de suas importações totais. Moscou, no entanto, sinalizou que pretende manter os embarques ao país asiático, apesar das sanções.

A expectativa em relação à política monetária americana também trouxe cautela ao mercado. O simpósio de Jackson Hole, iniciado nesta quinta-feira, pode indicar cortes de juros em setembro. O discurso do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, previsto para sexta-feira, será acompanhado de perto pelos investidores.


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