O petróleo devolveu parte do salto de 4 % registrado na véspera e voltou a oscilar ligeiramente abaixo de US$ 75 por barril nesta quarta-feira (18), conforme os mercados ponderam o risco de interrupções de oferta decorrentes da escalada entre Israel e Irã e, ao mesmo tempo, reposicionam apostas para a decisão de juros do Federal Reserve mais tarde no dia.
Apesar da intensificação do conflito, com especulações de que a força aérea dos EUA possa se juntar a ataques contra instalações nucleares iranianas, os preços ainda não romperam as máximas intradiárias de sexta-feira nem o pico superior a US$ 80 alcançado em janeiro, permanecendo cerca de 7 % abaixo do nível observado há um ano. O mercado de fretes também reflete a incerteza: as tarifas de petroleiros no Golfo Pérsico saltaram desde 13 de junho, mas seguem abaixo dos recordes recentes, indicando cautela dos traders diante dos múltiplos cenários possíveis para a guerra.
Nos EUA, a perspectiva de um choque energético ganha peso político em pleno feriado de Juneteenth e na antessala da temporada eleitoral. A expectativa predominante é de que o Fed mantenha a taxa básica inalterada; porém, a atualização do “dot plot” pode reduzir de duas para apenas uma as projeções de cortes até dezembro. Futuros de Fed funds embutem hoje cerca de 45 pontos-base de afrouxamento até o fim do ano.
A cautela pré-Fed sustenta os Treasuries, cujos rendimentos recuaram após dados fracos de varejo, produção industrial e habitação em maio, e ainda se beneficiam da proposta de aliviar exigências de capital dos grandes bancos. Enquanto isso, futuros do S&P 500 tentam recuperar a queda de quase 1 % da sessão anterior; o dólar e o franco suíço recuam, e o ouro permanece longe dos recordes de abril.
No cenário internacional, bolsas europeias sobem com destaque para empresas de defesa, Hong Kong permanece volátil e o banco central da Suécia cortou juros para 2,0 % sinalizando novo alívio até o fim do ano. No universo cripto, o bitcoin segue contido mesmo após o Senado dos EUA aprovar um marco regulatório para stablecoins, visto como divisor de águas pelos defensores do setor.