NONO BOLETIM INDUSTRIAL

As principais notícias do setor industrial brasileiro da semana 28 de abril 2025 a 02 de maio 2025

  28 DE ABR, 2025


NONO BOLETIM INDUSTRIAL

TEMENDO GUERRA TARIFÁRIA, INDÚSTRIA BRASILEIRA PEDE DEFESA COMERCIAL AO GOVERNO

A indústria nacional alega temor de que a guerra comercial entre Estados Unidos e China redirecionará as exportações dos dois países, inundando o Brasil de mercadorias. Representantes dos setores de aço, químicos e têxteis já estão em conversas com o governo federal solicitando medidas de proteção comercial contra este movimento.

A matemática do setor é a seguinte: Estados Unidos e China têm a maior corrente de comércio bilateral do mundo, de US$ 582 bilhões, e sua guerra tarifária com alíquotas acima de 100% levará estes produtos a procurarem outros mercados. Isso sem contar as taxas norte-americanas a outros parceiros.

A indústria química já abriu conversas com membros do governo para pedir mais proteção, enquanto prevê que o cenário agravaria suas perdas. Entre 2000 e 2023, a participação dos importados no mercado brasileiro saltou de 21% para 47%. Em resposta a este cenário, a Câmara de Comércio Exterior (Camex) decidiu elevar temporariamente tarifas para 30 produtos químicos, mas o setor afirma que esta medida não será suficiente para enfrentar o novo cenário.

Também há movimentação na indústria têxtil, que vê produtos chineses ganharem mercado no país. Em 2024, as importações no Brasil subiram quase 15% e chegaram a US$ 6,6 bilhões. O temor diz respeito a parte dos US$ 28 bilhões vendidos pela China aos EUA, que procurarão outros mercados visto as tarifas de 145%.

As siderúrgicas neste momento se preocupam mais com as tarifas abrangentes de 25% impostas pelos EUA ao aço do que com a guerra tarifária. A maior economia do mundo importou cerca de 26 milhões de toneladas, contando com o produto brasileiro, e o temor diz respeito ao destino que estas mercadorias procurarão daqui para frente.

 Análise Técnica:

A preocupação da indústria brasileira é tecnicamente fundamentada em princípios econômicos de desvio de comércio. O Brasil é particularmente vulnerável por possuir um mercado consumidor relativamente grande e acessível, manter tarifas de importação mais baixas que as recentemente impostas pelos EUA, e apresentar custos de produção mais elevados que a China em diversos setores.

No setor químico, o aumento da participação de importados de 21% para 47% entre 2000 e 2023 demonstra uma tendência de longo prazo de perda de competitividade. No setor têxtil, o crescimento de 15% nas importações em 2024, atingindo US$ 6,6 bilhões, indica uma pressão competitiva já existente. Para o setor siderúrgico, a preocupação imediata com as tarifas de 25% impostas pelos EUA ao aço é tecnicamente justificada, pois afeta diretamente as exportações brasileiras.

Os mecanismos de defesa comercial solicitados pelos setores (salvaguardas, cotas, medidas compensatórias) são instrumentos previstos nos acordos da OMC, mas sua implementação requer comprovação técnica de dano ou ameaça de dano à indústria doméstica, o que demanda tempo para investigação e implementação, criando uma janela de vulnerabilidade no curto prazo.

Nosso Comentário

Enquanto nossa indústria implora por proteção, o governo segue dormindo no ponto. A guerra comercial entre EUA e China é uma oportunidade de ouro para o Brasil adotar uma postura mais assertiva na defesa de seus interesses comerciais, mas estamos vendo o oposto: passividade e lentidão burocrática.

Trump está fazendo o que qualquer líder responsável faria: proteger sua indústria e seus empregos. Enquanto isso, o Brasil mantém uma postura ingênua de "mercado aberto" que só beneficia produtos estrangeiros subsidiados. Nossa indústria química já perdeu quase metade do mercado para importações, e o governo ainda hesita em tomar medidas efetivas.

A verdade é que precisamos de menos burocracia, menos impostos e mais agilidade nas medidas de defesa comercial. O setor produtivo brasileiro não aguenta mais carregar nas costas o peso de um Estado inchado e ineficiente, enquanto compete com produtos estrangeiros que chegam aqui com preços artificialmente baixos. É hora de acordar e defender o que é nosso!

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LUCROS DA INDÚSTRIA CHINESA VOLTAM A CRESCER NO 1º TRIMESTRE, MAS GUERRA COMERCIAL COM OS EUA PREOCUPA

Após meses de queda, os lucros das indústrias chinesas voltaram a registrar crescimento no primeiro trimestre de 2025. Dados divulgados pelo Escritório Nacional de Estatísticas (NBS) mostram que o resultado acumulado nos três primeiros meses do ano foi de 1,5 trilhão de yuans (cerca de US$ 205,8 bilhões), representando um avanço de 0,8% na comparação anual.

O desempenho positivo reverte a retração de 0,3% observada no primeiro bimestre e interrompe a sequência de quedas que vinha sendo registrada desde o terceiro trimestre do ano passado. Só no mês de março, o avanço foi de 2,6% em relação ao mesmo período de 2024.

Apesar da recuperação, analistas avaliam que os lucros industriais ainda enfrentam fortes pressões, sobretudo devido à escalada da guerra comercial com os Estados Unidos. O aumento das tarifas sobre produtos chineses — que chegaram a 145% em alguns casos — tem afetado diretamente as exportações, forçando Pequim a reforçar medidas de estímulo à economia doméstica.

Setores ligados ao consumo interno se destacaram no período, impulsionados por programas de renovação de bens duráveis. A indústria de dispositivos vestíveis inteligentes, por exemplo, teve crescimento de 78,8% nos lucros, enquanto os fabricantes de eletrodomésticos de cozinha registraram alta de 21,7%.

Diante disso, o Partido Comunista Chinês anunciou na sexta-feira (25) um pacote de apoio às empresas e trabalhadores mais afetados pelas tarifas dos EUA. Entre as medidas prometidas estão novos instrumentos de crédito e estímulo ao consumo, além de políticas para fomentar a inovação e o comércio exterior.

 Análise Técnica

A recuperação dos lucros industriais chineses representa uma inflexão técnica importante após a sequência de quedas observada desde o terceiro trimestre de 2024. Os setores voltados ao mercado interno apresentaram desempenho superior, com destaque para dispositivos vestíveis inteligentes (78,8%) e eletrodomésticos de cozinha (21,7%).

Esta divergência setorial é tecnicamente relevante pois indica uma adaptação estratégica da indústria chinesa às restrições comerciais externas. O redirecionamento para o mercado doméstico, apoiado por programas governamentais de renovação de bens duráveis, representa uma resposta estrutural às barreiras tarifárias, não apenas uma reação conjuntural.

A análise dos dados por tipo de propriedade revela outro aspecto técnico relevante: enquanto as estatais tiveram queda de 1,4% nos lucros e as empresas privadas recuo de 0,3%, as companhias estrangeiras registraram alta de 2,8%. Esta divergência pode indicar que empresas multinacionais estão conseguindo navegar melhor o ambiente de guerra comercial, possivelmente por sua capacidade de redirecionar cadeias produtivas globais.

Nosso Comentário

Eis aí a prova de como funciona o "capitalismo de Estado" chinês: quando o mercado aperta, o Partido Comunista entra com pacotes de estímulo, subsídios e intervenções diretas na economia. Enquanto isso, empresas ocidentais precisam competir seguindo regras de mercado e sem o guarda-chuva estatal.

A China manipula sua moeda, subsidia suas indústrias, ignora propriedade intelectual e agora se faz de vítima quando outros países finalmente decidem se defender. O crescimento de 0,8% nos lucros industriais chineses é artificial e sustentado por práticas comerciais desleais que destroem empregos em economias verdadeiramente livres.

Trump está certo em impor tarifas robustas para equilibrar o jogo. O Brasil deveria seguir o exemplo e proteger nossa indústria da concorrência desleal chinesa, em vez de continuar com a ingenuidade de acreditar em "livre comércio" com um país que nunca jogou pelas regras do mercado. Ou adotamos uma postura firme ou continuaremos sendo apenas exportadores de commodities e importadores de produtos manufaturados.

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CRESCE PREOCUPAÇÃO DOS EMPRESÁRIOS INDUSTRIAIS COM DEMANDA INTERNA INSUFICIENTE, REVELA CNI

A demanda interna insuficiente foi o problema que mais aumentou para os industriais no primeiro trimestre de 2025, mostra a Sondagem Industrial, divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). No quatro trimestre de 2024, o entrave ocupava a quinta posição no ranking dos principais problemas enfrentados pelo setor. Agora, divide a segunda colocação da lista com as taxas de juros elevadas. A alta carga tributária segue como a principal preocupação dos empresários.

Segundo o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo, a queda da procura por bens industriais é consequência de fatores como a alta taxa de juros e a diminuição dos gastos públicos. "A alta demanda é o que sustenta a atividade industrial, porque ela requer mais produção, emprego e investimentos. Quando o empresário percebe uma menor demanda, ele fica mais receoso em fazer esses movimentos", avalia.

Antes mencionada por 30,6% dos empresários, a elevada carga tributária foi citada por 33,3% dos industriais como um dos três principais problemas enfrentados. A preocupação com Selic saltou de 25% para 27,1% do total de empresas, enquanto o problema da demanda interna insuficiente cresceu 4,8 pontos percentuais, de 22,3% para 27,1% do total de empresas.

Na passagem do quatro trimestre do ano passado para o primeiro trimestre deste ano, o índice de satisfação com a situação financeira caiu 2,1 pontos, de 50,9 para 48,8 pontos. O resultado indica que a percepção dos empresários sobre as condições financeiras das empresas passou de positiva para negativa. Já o indicador de satisfação dos industriais com o lucro operacional dos próprios negócios caiu de 45,8 pontos para 43,8 pontos, tornando-se ainda mais negativo.

Depois de bons resultados em janeiro e fevereiro, o índice de evolução da produção registrou 49 pontos em março. Por ter ficado abaixo da linha divisória de 50 pontos, indica que os empresários perceberam queda da produção em relação ao mês anterior. É a primeira vez que a produção industrial recua em um mês de março desde 2020.

Análise Técnica

A elevação da preocupação com a demanda interna insuficiente representa uma mudança significativa na percepção dos empresários sobre os gargalos ao crescimento industrial. O índice de satisfação com a situação financeira caiu 2,1 pontos, passando de 50,9 para 48,8 pontos, cruzando a linha divisória de 50 pontos que separa percepções positivas de negativas. Esta transição de território é tecnicamente significativa, pois indica uma mudança qualitativa na avaliação dos empresários, não apenas uma variação quantitativa.

O índice de evolução da produção em março (49 pontos) confirma tecnicamente a percepção de demanda insuficiente, ao registrar contração da atividade produtiva. O fato de ser a primeira queda em um mês de março desde 2020 (período pandêmico) adiciona relevância técnica ao dado, pois quebra um padrão sazonal de cinco anos consecutivos.

A correlação entre a preocupação com demanda insuficiente e a queda no índice de intenção de investimento (recuo de 1,1 ponto para 56,4 pontos, acumulando queda de 1,6 ponto em dois meses) é tecnicamente consistente com a teoria econômica do acelerador de investimentos, onde expectativas de demanda futura são determinantes para decisões de ampliação da capacidade produtiva.

Nosso Comentário

Não é surpresa que a demanda interna esteja insuficiente quando temos a maior taxa de juros real do planeta e uma carga tributária que sufoca empresas e consumidores. O Banco Central mantém a Selic em patamares estratosféricos enquanto o governo continua gastando como se não houvesse amanhã.

A pesquisa da CNI apenas confirma o óbvio: não há como ter crescimento sustentável com um Estado que consome quase 40% do PIB e entrega serviços de péssima qualidade. Os empresários brasileiros não aguentam mais ser tratados como vilões por um governo que só sabe criar mais impostos, mais regulações e mais burocracia.

A solução é clara e já foi comprovada em diversos países: redução drástica de gastos públicos, simplificação tributária, desburocratização e liberdade econômica. Enquanto continuarmos com a mentalidade de que o Estado é o motor do desenvolvimento, nossa indústria seguirá perdendo competitividade e mercado. É hora de menos intervenção estatal e mais liberdade para empreender!

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 LUCRO LÍQUIDO DA USIMINAS CRESCE 845% NO PRIMEIRO TRIMESTRE DE 2025

A Usiminas divulgou o balanço do primeiro trimestre de 2025, com lucro líquido de R$ 337 milhões, alta de 845% em relação ao mesmo período de 2024, refletindo os maiores resultados operacionais e financeiros. O Ebitda (lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado foi de R$ 733 milhões, crescimento de 76% em comparação ao 1T24, e a margem Ebitda ajustado foi de 11%, alta de 4 pontos percentuais em relação ao 1T24. A receita líquida foi de R$ 6,9 bilhões, alta de 10% em relação ao 1T24.

Na mineração, o volume de produção foi de 2,1 milhões de toneladas, ligeiramente inferior em comparação ao 4T24, principalmente devido ao menor número de horas calendário no 1T25 e ao menor rendimento nas plantas. O volume de vendas atingiu 2,2 milhões de toneladas, estável em relação ao trimestre anterior.

Na siderurgia, a produção de aço bruto foi de 773 mil toneladas, queda de 3% em relação ao 4T24. A produção de laminados nas usinas de Ipatinga e de Cubatão totalizou 1,1 milhão de toneladas, recuou de 5,9% em comparação ao trimestre anterior. No 1T25, a companhia registrou 1.093 mil toneladas de aço vendidas, alta de 3,4% em relação ao 4T24. O aumento aconteceu no mercado interno, onde as vendas alcançaram 1.002 mil toneladas, alta de 8,9% em comparação ao primeiro trimestre de 2024.

Segundo a companhia, as expectativas para o 2T25 na unidade de Siderurgia são de estabilidade. O volume de vendas deve se manter em nível similar ao do 1T25, reflexo de uma demanda ainda resiliente. Em relação ao custo dos produtos vendidos (CPV/T), a previsão é manter uma trajetória de queda com os contínuos ganhos de eficiência nas operações e menores preços de matérias-primas.

Para a segunda metade de 2025, a Usiminas enxerga um cenário desafiador e incerto, principalmente devido aos altos volumes de importação de aço em condições de competição desleal, ao impacto no consumo doméstico devido a taxa de juros atual em níveis elevados e as incertezas no comércio internacional. O volume de importação de aços planos no primeiro trimestre de 2025 alcançou 1 milhão de toneladas, o que representa um crescimento de 42% em relação ao mesmo período de 2024.

 Análise Técnica

O crescimento de 845% no lucro líquido da Usiminas representa uma expansão extraordinária em termos percentuais, mas deve ser analisado tecnicamente considerando a base comparativa baixa do mesmo período de 2024. O EBITDA ajustado de R$ 733 milhões, com crescimento de 76% em relação ao 1T24, e a margem EBITDA de 11%, com aumento de 4 pontos percentuais, são métricas tecnicamente mais representativas da melhoria operacional, pois excluem efeitos financeiros e não-recorrentes.

Do ponto de vista da produção física, observa-se uma divergência técnica entre os segmentos. Na mineração, o volume de produção de 2,1 milhões de toneladas apresentou ligeira queda em relação ao trimestre anterior. Na siderurgia, a produção de aço bruto (773 mil toneladas) e de laminados (1,1 milhão de toneladas) recuaram 3% e 5,9% respectivamente em relação ao 4T24, indicando tecnicamente uma redução na utilização da capacidade instalada.

Contrastando com a queda na produção, as vendas de aço registraram alta de 3,4% em relação ao 4T24, totalizando 1.093 mil toneladas, com destaque para o mercado interno (1.002 mil toneladas, alta de 8,9% em comparação ao 1T24). Esta divergência entre produção e vendas sugere tecnicamente uma redução de estoques no período.

Nosso Comentário

O resultado impressionante da Usiminas mostra a resiliência do setor privado brasileiro mesmo diante de um ambiente hostil aos negócios. Imaginem o que nossas empresas poderiam alcançar se não tivessem que enfrentar uma das maiores cargas tributárias do mundo, juros estratosféricos e uma avalanche de importações predatórias!

É revelador que, mesmo com esse lucro expressivo, a empresa alerte para os riscos do segundo semestre: importações desleais, juros altos e incertezas no comércio internacional. Traduzindo: falta de proteção comercial efetiva, política monetária restritiva e ausência de acordos comerciais vantajosos para o Brasil.

O crescimento de 42% nas importações de aços planos no primeiro trimestre é um sinal de alerta que o governo insiste em ignorar. Enquanto outros países protegem suas indústrias estratégicas, o Brasil segue com a porta escancarada para produtos subsidiados. Precisamos de uma política industrial séria, baseada na redução de custos sistêmicos e na defesa comercial efetiva, não em mais subsídios e intervenções estatais que só beneficiam grupos privilegiados.

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PRODUÇÃO DE CARROS ALCANÇA MAIOR NÍVEL EM 6 ANOS NO BRASIL

A Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) anunciou que a produção de veículos em fevereiro de 2025 alcançou o maior volume mensal dos últimos 6 anos. O relatório aponta a fabricação de 217,4 mil unidades no mês. O recorde anterior era de fevereiro de 2019, quando foram produzidos 257,9 mil.

Levando em conta janeiro e fevereiro de 2025, a produção totalizou 392,9 mil unidades, representando o melhor início de ano desde 2021 e um crescimento de 14,8% em relação ao mesmo período de 2024.

A Anfavea atribui esse aumento da produção à melhoria nas exportações, especialmente para a Argentina, onde as vendas cresceram 172% no 1º bimestre de 2025, em comparação ao mesmo período de 2024. No total, 76,7 mil veículos foram exportados nos 2 primeiros meses do ano, um aumento de 55% em comparação com o mesmo período do ano anterior.

O mercado interno também apresentou crescimento, com 356,2 mil unidades vendidas em janeiro e fevereiro, o maior número do 1º bimestre desde 2020. "O mercado continua em crescimento. Foram os maiores emplacamentos desde 2020, apesar de fevereiro ter menos dias úteis que janeiro. Em fevereiro, a média diária subiu 19% em relação a janeiro, e as vendas diretas cresceram 329%", afirmou Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea.

O segmento de ônibus teve um destaque especial, com 3.700 unidades emplacadas e 4.300 produzidas no 1º bimestre de 2025. Isso representa aumentos de 50% e 11%, respectivamente, em relação ao mesmo período do ano passado. A Anfavea relaciona esse crescimento às entregas do programa Caminho da Escola e à retomada do transporte municipal.

Outro ponto destacado pela Anfavea foi o aumento na participação de veículos importados no mercado brasileiro, que chegou a 21,1%. Deste total, 10,8% são de veículos produzidos dentro do Mercosul, enquanto 10,3% vêm de fora do bloco comercial sul-americano.

 Análise Técnica

A produção de 217,4 mil veículos em fevereiro de 2025 configura um marco técnico significativo para a indústria automobilística brasileira. A comparação com o recorde anterior de fevereiro de 2019 (257,9 mil unidades) oferece uma referência técnica importante, indicando que o setor ainda opera 15,7% abaixo do pico pré-pandêmico.

A análise técnica do acumulado do primeiro bimestre (392,9 mil unidades) revela um crescimento de 14,8% em relação ao mesmo período de 2024, caracterizando uma aceleração significativa do ritmo de expansão setorial. Este desempenho configura o melhor início de ano desde 2021, período que ainda refletia a recuperação pós-choque pandêmico.

Do ponto de vista da composição do crescimento, a análise técnica identifica dois vetores distintos. No mercado externo, o aumento de 55% nas exportações no primeiro bimestre (76,7 mil veículos) foi impulsionado principalmente pelo mercado argentino, que registrou crescimento de 172%. No mercado interno, o volume de 356,2 mil unidades vendidas no primeiro bimestre representa o melhor desempenho desde 2020.

Nosso Comentário

O desempenho da indústria automobilística é uma prova de que, quando o governo interfere menos, os resultados aparecem. O crescimento expressivo das exportações para a Argentina (172%) coincide justamente com as reformas liberalizantes implementadas pelo governo Milei, que está cortando gastos, reduzindo impostos e eliminando regulações desnecessárias.

Enquanto isso, no mercado interno, o crescimento de 329% nas vendas diretas mostra que o setor privado está retomando investimentos apesar do ambiente macroeconômico adverso. Imagine o potencial se tivéssemos uma reforma tributária que realmente simplificasse o sistema, em vez da pseudo-reforma aprovada que apenas reorganiza a complexidade existente.

O dado mais revelador, porém, é que ainda estamos 15,7% abaixo do pico de produção de 2019. Seis anos depois e ainda não recuperamos o nível pré-pandemia! Isso mostra o quanto políticas intervencionistas e o aumento de gastos públicos prejudicaram nossa recuperação econômica. Países que apostaram na liberdade econômica já superaram amplamente seus níveis pré-pandemia, enquanto seguimos patinando com um Estado cada vez maior e mais ineficiente.

 


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