Grupo Piracanjuba adquire Natulact e expande operações para o Nordeste

Com a aquisição da indústria de queijos e derivados em Sergipe, gigante do setor de laticínios chega a oito fábricas no país e fortalece sua cadeia produtiva em uma das principais regiões leiteiras

  16 DE MAI, 2025


Grupo Piracanjuba adquire Natulact e expande operações para o Nordeste
O Grupo Piracanjuba, um dos maiores produtores de laticínios do Brasil, anunciou nesta semana a aquisição da Natulact, indústria de queijos e derivados localizada em Nossa Senhora da Glória, município a 115 quilômetros de Aracaju, em Sergipe. A transação, que ainda depende da aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), marca a entrada do grupo no Nordeste e amplia para oito o número total de fábricas em operação no país.
A companhia, que processa até 6 milhões de litros de leite por dia, busca com esta aquisição ampliar sua presença e explorar uma das maiores bacias leiteiras do Nordeste. "Será a primeira fábrica do Grupo Piracanjuba na região, reforçando nossa expansão e competitividade", afirmou o presidente Luiz Claudio Lorenzo em comunicado oficial.

Estrutura e capacidade produtiva

A Natulact, com mais de 30 anos de operação, conta atualmente com 260 funcionários, a maioria em funções fabris. A planta tem capacidade de processamento de 350 mil litros de leite por dia e produz uma variedade de produtos, incluindo queijos muçarela, coalho, prato e minas frescal, além de manteiga, requeijão e soro de leite em pó.
De acordo com o planejamento do Grupo Piracanjuba, a produção seguirá inicialmente com a marca Natulact, mas a expectativa é migrar gradualmente para a marca Piracanjuba. A empresa também planeja preservar o relacionamento com fornecedores locais, realizando visitas individuais para assegurar a continuidade da cadeia produtiva.
"Queremos que a transição ocorra da forma mais harmônica para colaboradores, fornecedores e comunidade. Respeitamos as especificidades locais e acreditamos que teremos muito a contribuir e aprender", destacou Lorenzo.

Estratégia de expansão e diversificação

O Grupo Piracanjuba, dono das marcas Piracanjuba, Emana, LeitBom, Almond Breeze, Ninho e Molico, tem implementado uma estratégia consistente de expansão e diversificação nos últimos anos. No início de 2025, a companhia anunciou a construção de uma fábrica no Paraná focada em whey protein e lácteos, reforçando sua aposta no mercado bilionário de suplementos e bebidas funcionais.
Anteriormente, o grupo já havia adquirido a startup Emana, especializada em suplementos, que tem o empresário Rodrigo Hibert entre os sócios. Esses movimentos demonstram a busca da empresa por produtos de maior valor agregado, acompanhando tendências de consumo e diversificando seu portfólio para além dos laticínios tradicionais.
A chegada ao Nordeste representa um ponto de inflexão para a empresa, que busca ampliar sua participação no mercado nacional de laticínios e derivados. A região, apesar da produção significativa de leite, apresenta desafios logísticos e estruturais para grandes players do setor.

Impacto regional e tendências do mercado

A aquisição da Natulact pelo Grupo Piracanjuba se insere em um contexto de consolidação do setor de laticínios no Brasil, com movimentos semelhantes sendo realizados por outros grandes grupos. Empresas como Lactalis, por exemplo, têm anunciado planos ambiciosos de crescimento no mercado brasileiro.
Para o Nordeste, a chegada de um grupo do porte da Piracanjuba pode significar investimentos em modernização, ganhos de eficiência e fortalecimento da cadeia produtiva local. A região, tradicionalmente forte na produção de leite, ganha um importante canal de escoamento e beneficiamento da produção.
"Essa aquisição abre um novo capítulo para o Grupo Piracanjuba. O Nordeste é um mercado fundamental para nossa estratégia de crescimento e diversificação", concluiu o presidente da companhia.
A expectativa é que a integração da Natulact aumente a capilaridade e a capacidade produtiva do grupo, permitindo atender com mais eficiência os mercados do Norte e Nordeste, regiões que apresentam potencial significativo de crescimento no consumo de laticínios.

Referência: Globo Rural e IstoÉ Dinheiro

anuncio