Dólar recua para R$ 5,54, mas indústria mantém cautela diante de IOF e ameaça tarifária dos EUA

Na contramão do mercado global, real ganha força momentânea. Mas cenário geopolítico e fiscal mantém risco alto para importações, crédito e exportações industriais.

  18 DE JUL, 2025


Dólar recua para R$ 5,54, mas indústria mantém cautela diante de IOF e ameaça tarifária dos EUA

O dólar encerrou a quinta-feira (17) em queda de 0,24%, cotado a R$ 5,5477. A baixa ocorre apesar da elevação do IOF decidida pelo STF e do avanço da moeda norte-americana no exterior. O movimento foi atribuído à leve melhora no apetite por risco global, após desempenho positivo das bolsas em Nova York.

Mesmo com o alívio momentâneo no câmbio, o clima no setor industrial é de cautela. A decisão do Supremo, que restabeleceu parte do decreto que eleva o IOF sobre operações de crédito e câmbio, encarece o custo de financiamento para empresas, especialmente as que operam com importações e adiantamentos de contratos internacionais.

Além disso, cresce a tensão após o presidente dos EUA, Donald Trump, ameaçar tarifas de 50% sobre produtos brasileiros a partir de 1º de agosto. Autoridades brasileiras preparam uma resposta oficial, enquanto representantes da indústria nacional buscam articulação emergencial com a Apex e o Ministério da Indústria.

Para empresas com dependência de peças, insumos ou tecnologia estrangeira, o impacto da alta do IOF somado ao risco tarifário externo pode comprometer o segundo semestre. Segmentos como farmacêutico, metalúrgico, automotivo e químico estão entre os mais expostos.

A queda pontual do dólar não altera o quadro estrutural: a indústria opera num ambiente instável, com risco cambial, pressão fiscal e ameaça comercial simultâneas. Sem previsibilidade, produção, investimentos e decisões logísticas seguem travados, mesmo com a moeda americana abaixo de R$ 5,55.


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