Aviões, petróleo e suco de laranja escapam do tarifaço de Trump
Quase 700 produtos brasileiros ficaram de fora da tarifa de 50% enquanto setores estratégicos ainda sentem os efeitos

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou nesta quarta-feira a aplicação de uma tarifa de 50% sobre uma ampla lista de produtos brasileiros. A medida soma-se aos 10% já em vigor desde abril e deve impactar o comércio entre os dois países. Apesar da abrangência, quase 700 categorias de exportações foram poupadas da nova sobretaxa, o que reduziu parte dos efeitos negativos sobre a economia brasileira.
Entre os itens que ficaram de fora estão aeronaves civis, motores e componentes, além de petróleo, combustíveis e suco de laranja. Também foram incluídos na lista de exceções produtos como minério de ferro, alumina, fertilizantes, celulose e metais não ferrosos. Segundo dados da Forbes, essas exclusões representam cerca de 43% do valor exportado aos Estados Unidos em 2024, o equivalente a 18,4 bilhões de dólares de um total de 42,3 bilhões.
Apesar do alívio para parte da pauta exportadora, setores como café, carnes e frutas continuarão enfrentando a tarifa cheia de 50%. Entidades do agronegócio afirmam que há risco de perda de competitividade e retração nas exportações. A associação CitrusBR informou que, se a tarifa fosse aplicada ao suco de laranja, o prejuízo poderia alcançar 792 milhões de dólares por safra, cerca de 4,3 bilhões de reais.
O decreto entra em vigor em 6 de agosto de 2025. As exceções valerão para cargas já embarcadas desde que cheguem aos Estados Unidos até 5 de outubro. O governo brasileiro informou que buscará ampliar negociações bilaterais e diversificar mercados para reduzir riscos de perdas no setor exportador.
Especialistas avaliam que, mesmo com as exclusões, a nova tarifa marca um momento de tensão comercial entre Brasil e Estados Unidos. A estratégia agora é evitar que o tarifaço afete a competitividade da indústria e do agronegócio brasileiros no mercado internacional.