Automatização avança, mas falta mão de obra qualificada: indústria metal mecânica de Piracicaba enfrenta gargalo de 1,5 mil vagas

Aceleração tecnológica exige novos conhecimentos, e empresas correm para qualificar aprendizes.

  10 DE FEV, 2025


Automatização avança, mas falta mão de obra qualificada: indústria metal mecânica de Piracicaba enfrenta gargalo de 1,5 mil vagas

A indústria metal mecânica de Piracicaba (SP) vive um paradoxo do progresso: enquanto a automatização dos processos avança rapidamente, a falta de mão de obra qualificada criou um gargalo de 1,5 mil vagas em aberto. Segundo Erick Gomes, presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas, de Material Elétrico, Eletrônico, Siderúrgicas e Fundições de Piracicaba (Simespi), o setor passa por uma transformação tecnológica acelerada, que exige habilidades cada vez mais especializadas dos trabalhadores.

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No passado, tarefas como cortar chapas de metal eram realizadas com ferramentas manuais, como maçaricos. Hoje, máquinas a laser dominam o processo, exigindo conhecimentos em software e gestão de recursos. Essa evolução, embora necessária, deixou um vácuo de profissionais capacitados para operar as novas tecnologias. Para enfrentar o desafio, as empresas têm investido na captação e qualificação acelerada de jovens aprendizes, mas o esforço esbarra em outro problema: a alta rotatividade de mão de obra.

Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) mostram que, em 2024, o setor teve um saldo negativo de 26 vagas, com 506 contratações e 532 demissões. Segundo Gomes, as saídas são impulsionadas por fatores como a busca por melhores salários em outras empresas, o endividamento da população — que leva muitos a pedirem demissão para acessar o fundo de garantia — e aposentadorias.

Esse cenário revela uma tensão entre o avanço tecnológico e a capacidade da força de trabalho em acompanhá-lo. Enquanto as empresas correm para modernizar seus processos, a falta de profissionais qualificados e a instabilidade no mercado de trabalho ameaçam o crescimento do setor. A solução, segundo o sindicato, passa não apenas pela qualificação técnica, mas também por políticas que reduzam a rotatividade e incentivem a permanência dos profissionais nas empresas.

A história da indústria metal mecânica de Piracicaba é um reflexo de um desafio global: como equilibrar inovação e capacitação em um mundo onde a tecnologia avança mais rápido do que a formação de mão de obra. O que hoje é um gargalo pode, no futuro, servir de lição para a construção de um modelo mais sustentável de desenvolvimento industrial.

 

— Indústria Flix News

Fonte: EPTV Piracicaba 


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